A saúde mental no contexto eclesial tem se tornado um assunto cada vez mais relevante e importante de ser abordado (Sanagiotto, 2025a). Em sentido amplo, cresce a consciência de que os presbíteros e os/as religiosos/as consagrados/as precisam enfrentar diversos desafios pastorais, vocacionais e existenciais, para além dos aspectos teológicos que caracterizam o chamado e a resposta vocacional (Selvam, 2019). Entre os assuntos emergentes, entender como a vivência da religiosidade está relacionada as características de personalidade tem sido um importante ponto de partida para o estudo científico da experiência religiosa (Sanagiotto, 2025c). 

Historicamente as pesquisas sobre a saúde mental no contexto eclesial remetem à metade dos anos 1930 (Moore, 1936), com significativos avanços nos anos 1960, principalmente na perspectiva empírica. Em estudos subsequentes, buscou-se por uma metodologia de pesquisa que analisasse as características psicológicas em relação com as diversas realidades que vivem os/as religiosos/as consagrados/as e os presbíteros nos contextos eclesiais (Rossetti, 2004). Grande parte da literatura, mesmo em uma perspectiva histórica, tem como objeto de estudo a vulnerabilidade psíquica que, consequentemente, afeta a realização vocacional, entre as quais se destaca: a sobrecarga de trabalho (Sanagiotto, 2024; Sanagiotto & Pacciolla, 2022a), a sensação de isolamento (Virginia, 1998), a imaturidade afetiva (Keddy et al., 1990), entre outras questões relevantes.

Os estudos recentes, em se tratando da relação entre a psicologia e o contexto formativo, buscam pelos aspectos propositivos da contribuição do saber psicológico (Sanagiotto & Pacciolla, 2022a), sendo que este deixa de ser um instrumento usado para “resolver problemas”, para se tornar promotor da saúde mental. Há uma mudança de perspectiva e todo um caminho para ser trilhado, justamente porque pressupõe que ao religioso/a consagrado/a ou ao diocesano seja oferecido um percurso formativo (inicial e permanente) que possibilite o conhecimento de si mesmo. Em síntese, é possível afirmar que está em vigor um período de transição que sai da concepção do cuidado com a saúde mental porque foi diagnosticada uma psicopatologia para o cuidado que previne as psicopatologia e promove a saúde mental no contexto eclesial. 

A mudança de mentalidade no cuidado com a saúde mental no contexto eclesial pressupõe uma nova abordagem metodológica para a intervenção nos processos formativos. Não basta somente ter abertura para o saber psicológico, mas também convergência teórica com os aspectos caraterizantes do contexto formativo. Isso influencia, inclusive, na metodologia das pesquisas que tratam do assunto a nível teórico. A busca passa a ser, não somente pelo diagnóstico das psicopatologias entre os/as religiosos/as consagrados/as e os diocesanos, mas pelas ações formativas que ajudam na prevenção. 

Talvez um dos desafios que se impõe no âmbito da pesquisa seja apresentar um método que ajude na prevenção e na promoção da saúde mental, principalmente considerando as complexas especificidades do contexto formativo à vida religiosa consagrada e presbiteral. Neste ponto, não se pretende reinventar ou optar por uma abordagem que sobreponha o saber da religião e o da psicologia, mas buscar por pontos de convergência que possibilite o bem-estar humano e vocacional daquele que responde a uma vocação.

  • INVESTIMENTO

  • MODALIDADE

    Aulas on-line ao vivo.

  • TURNO

    Período Noturno.

  • DURAÇÃO

    8 Encontros

  • CARGA HORÁRIA

    15 horas

  • INFORMAÇÕES

    Mais informações:

    secretaria@faculdadevicentina.com.br

    (41) 3222-7716

  • OBJETIVO

    O estudo sobre a saúde mental no contexto formativo à vida religiosa consagrada e presbiteral avançou significativamente nos últimos anos, principalmente no contexto eclesial brasileiro. Aos poucos se constrói uma sólida base de dados empíricos sobre a saúde mental entre os/as religiosos/as consagrados/as e os presbíteros. Um dado interessante de ressaltar, são as escassas pesquisas no ramo feminino da vida religiosa consagrada, principalmente de caráter empírico (Sanagiotto et al., 2022). Em termos gerais, as pesquisas sobre a saúde mental no contexto eclesial brasileiro abordam temáticas pontuais relacionadas a determinadas psicopatologias, tais como a síndrome de burnout (Dias, 2019; Sanagiotto, 2024; Sanagiotto & Pacciolla, 2022b), a relação entre a inteligência emocional e as características de personalidade (Sanagiotto & Pacciolla, 2022a), os processos de envelhecimento e a qualidade de vida (Sanagiotto, 2025b).

  • METODOLOGIA

    Os membros desse grupo são orientados com um método de trabalho baseado na metodologia ativa, que é um método educativo voltado para o ensino e aprendizagem centrado no sujeito ativo no processo de aprendizado. Este método educativo instiga o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo, no qual os membros do grupo participam e se comprometem com o próprio aprendizado. Ao longo dos encontros, previamente preparados através da leitura de artigos enviado antecipadamente, gera uma aproximação crítica dos membro do grupo com a realidade, despertando a curiosidade mediante problemas e desafios concretos, desenvolve a autonomia, a disponibilidade e uso de recursos para analisar, levantar hipóteses e buscar soluções para os problemas.

    A busca de solução para os problemas e as indagações suscitadas pelos membros do grupo, incentiva a pesquisa, contando com a mediação do professor na função de tutor, o que é fundamental para a construção do conhecimento. Um dos aspectos dignos de nota é que na metodologia ativa o conhecimento é construído na sua dinamicidade e ampliação das ideias, onde uma resposta pode trazer uma informação que sucinta outra pergunta e, consequentemente, outra resposta. A interação dos participantes gera troca de ideias e da reflexão conjunta na busca da solução de um mesmo problema. 

    O grupo de estudo está programada para acontecer ao longo do ano, sendo que a cada semestre será proposta uma temática pertinente para ser estudada, com um cronograma que se renova a cada semestre seguindo o calendário acadêmico. A carga horária de 15 horas semestrais, distribuídos em 08 encontros de em torno de 1 hora cada. Considerando que os encontros se baseiam na discussão de conteúdos previamente e estudados com antecedência, considera-se que a carga horária cumpre com os requisitos para o aprofundamento da temática estudada.

  • BENEFÍCIOS

    A Faculdade Vicentina, com mais de seis décadas de tradição, carrega consigo um legado de excelência acadêmica e um compromisso com a promoção da dignidade humana em todas as suas manifestações. Como parte da Família Vicentina, a instituição abraça uma abordagem inovadora e ética para a educação, visando contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

  • Prof.Dr.Frei Vagner Sanagiotto

     Doutor em Psicologia

FACULDADE VICENTINA

58 ANOS DE COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO.

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