O problema do mal constitui um dos temas mais persistentes e desafiadores da história da filosofia, atravessando épocas e sistemas de pensamento — da metafísica platônica à ética e à política contemporâneas. Trata-se de uma questão que desafia não apenas a razão teórica, mas a consciência prática diante do sofrimento, da injustiça e da destruição injustificável da vida.

Ao longo da tradição filosófica ocidental, o mal foi concebido de maneiras diversas: como desordem ontológica, como ausência do bem, como consequência da liberdade humana, ou ainda como um fenômeno que escapa às categorias tradicionais da razão moral. Refletir sobre essas concepções permite não apenas um resgate histórico dos principais marcos filosóficos, mas também um aprofundamento crítico de questões éticas contemporâneas, como a banalidade do mal, o sofrimento humano e o papel da responsabilidade diante da destruição da vida.

A proposta do curso torna-se especialmente relevante no contexto da FAVI (Faculdade Vicentina), cuja identidade católica dialoga diretamente com a temática. Na tradição cristã, o problema do mal está no centro da teologia e da filosofia, desafiando a compreensão da justiça de Deus, da liberdade humana e da redenção. Além disso, o curso é igualmente voltado ao público externo — profissionais das áreas de filosofia, teologia, educação e ciências humanas, assim como qualquer interessado nas questões éticas e existenciais que envolvem o sofrimento humano. Ao percorrer autores como Platão, Santo Agostinho, Leibniz, Hans Jonas e Hannah Arendt, a proposta permite não apenas um resgate histórico das respostas formuladas ao longo dos séculos, mas também uma análise crítica de suas implicações para os dilemas éticos, teológicos e políticos da atualidade.