O Jubileu dos Pobres, celebrado no Vaticano, tornou-se mais uma expressão concreta da opção preferencial da Igreja pelos mais vulneráveis. Em um encontro marcado por fraternidade, espiritualidade e serviço, o Papa Leão XIV participou de um almoço com cerca de 1.300 pessoas na Sala Paulo VI, acompanhado pelo Pe. Tomas Mavric, CM, Superior Geral da Congregação da Missão — os Vicentinos. A ocasião destacou a força da espiritualidade vicentina e sua relevância histórica no cuidado aos pobres.
Um encontro marcado pela gratidão
O almoço teve início com um gesto simbólico: um longo aplauso ao Papa Leão XIV, reconhecendo sua proximidade com os pobres e seus constantes apelos por uma Igreja mais sensível às periferias humanas e existenciais. O Pontífice recordou que o desejo de celebrar esse momento partiu de seu predecessor, o Papa Francisco, reafirmando a continuidade do compromisso da Igreja com a caridade.
Ao dirigir-se aos participantes, Leão XIV manifestou profunda gratidão à comunidade vicentina, responsável por oferecer o almoço em comemoração aos 400 anos de nascimento de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação da Missão e inspirador de inúmeras obras sociais presentes em todo o mundo. O Papa destacou o papel decisivo dos Vicentinos na evangelização por meio da caridade e no serviço àqueles que mais sofrem.
O papel dos Vicentinos no serviço à caridade
A presença do Pe. Tomas Mavric, atual Superior Geral dos Vicentinos, reforçou a dimensão histórica e missionária da celebração. A Congregação da Missão e toda a Família Vicentina mantêm, há séculos, uma atuação global voltada à evangelização dos pobres por meio de obras de misericórdia, educação, saúde e inserção social. Hoje, sacerdotes, religiosas e leigos vicentinos estão presentes em mais de 150 países, atuando em regiões de extrema vulnerabilidade.
Durante o discurso, o Papa Leão XIV agradeceu não apenas pela organização do almoço, mas por toda a rede internacional que diariamente sustenta iniciativas de caridade e promoção humana. O Pontífice lembrou que “o serviço só é plenamente cristão quando nasce da gratidão”, e enfatizou que a espiritualidade vicentina permanece como uma das expressões mais fortes da caridade organizada na Igreja.
Uma oração pelos que sofrem
Após as saudações, o Santo Padre conduziu uma oração pedindo a bênção de Deus sobre todos os presentes e, de modo especial, sobre aqueles que sofrem com a guerra, a violência e a fome. Em um mundo marcado por conflitos armados, instabilidade política e desigualdades agravadas, o apelo do Papa reforça sua insistência por uma cultura de paz e esperança.
“Abençoa-nos, Senhor, e abençoa estes dons que recebemos da tua providência. Abençoa a nossa vida e a nossa fraternidade. Ajuda-nos a caminhar unidos no teu amor”, rezou o Pontífice.
Solidariedade que se torna evangelização
O almoço do Jubileu dos Pobres não é apenas um gesto assistencial; é uma ação evangelizadora que revela o núcleo do Evangelho. Na perspectiva da Doutrina Social da Igreja, a caridade não se limita à distribuição de bens materiais, mas se transforma em uma experiência de encontro, dignidade e participação. Ao partilhar a mesa com os pobres, a Igreja reafirma que a comunhão é o primeiro passo para a restauração de vidas.
Uma celebração que inspira missão
A presença simultânea do Papa Leão XIV e do Pe. Tomas Mavric sublinha a sinergia entre o magistério pontifício e a espiritualidade vicentina no que diz respeito ao cuidado integral dos pobres. Em um contexto global que exige respostas rápidas, mas sobretudo humanas, esse encontro oferece um testemunho luminoso para toda a Igreja.
A celebração do Jubileu dos Pobres convida fiéis, instituições, congregações religiosas e leigos a revisitar o legado de São Vicente de Paulo — um legado que continua a gerar frutos onde quer que haja sofrimento, fome ou exclusão.