De acordo com dados divulgados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), a cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida. Esse número já deveria ser suficiente para estimular as pessoas a se mobilizarem pela prevenção dessas mortes precoces, mas apesar dos avanços, os tabus, preconceitos e vergonhas ainda são adversários nessa luta.

Durante todo o mês de setembro, diversas ações acontecem pelo mundo, em um movimento chamado de Setembro Amarelo, para chamar a atenção da população para esse problema. No Brasil, essa iniciativa existe desde 2014. Trata-se de uma campanha do Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina.

“O simples fato de falar sobre suicídio já é um avanço quando o assunto ainda é um tabu. Quanto mais se fala nisso, mais pessoas têm a oportunidade de pedir ajuda”, destaca a psicóloga Fátima Raquel Szinwelski de Oliveira, professora da Faculdade Vicentina.

Importância da rede de apoio e da escuta empática

“A ideia de que as pessoas não demonstram seu sofrimento é uma verdade parcial; em geral, cada um dá sinais sutis de que não está bem (isolamento e fala desesperançosa podem ser alguns deles). Para ajudar quem sofre, em um contexto social mais amplo, precisamos apostar em uma rede de apoio e fazer um investimento coletivo na construção de laços afetivos. Precisamos estar disponíveis para a escuta empática e livre de julgamentos ou conselhos. É fundamental construir relações de respeito à diferença, uma vez que boa parte dos potenciais suicidas tem sensação de solidão e de inadequação. O sentido da vida é de caráter emocional e advém das nossas construções afetivas, por isso precisamos alimentar nossas redes afetivas e incluir nelas pessoas que estão privadas disso”, explica Fátima.

A faixa etária entre 15 e 25 anos é a que mais preocupa no país, por isso a orientação é que a prevenção tenha início ainda na infância, inclusive com a participação das escolas e demais instituições educacionais que os jovens frequentam ao longo de sua formação. É de suma importância que as instituições que trabalham com pessoas dessa faixa etária criem espaços de escuta e de aconselhamento.

A Faculdade Vicentina, por exemplo, disponibiliza para os alunos alguns horários de atendimento psicopedagógico, para tratar de questões relacionadas à trajetória acadêmica. “São dois horários semanais para conversar sobre dificuldades de aprendizagem e crises pessoais. Os alunos encontram aí um momento de conforto, escuta, amparo e orientação”, conta a psicóloga.

Ligue 188

O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Quem quiser conhecer melhor o trabalho, pode acessar este link.

Setembro Amarelo CCV

Com informações do CVV.