Com a presença de professores, alunos e convidados, o auditório da Faculdade Vicentina sediou nesta sexta-feira (16 de março), o primeiro Café Filosófico de 2018, com o lançamento do livro Wittgenstein: a ética e a constituição do gênio, de Bortolo Valle e Edimar Brígido. Doutores em filosofia e integrantes do corpo docente da FAVI, os autores escolheram a instituição para a primeira apresentação pública da obra e ressaltaram que os alunos são a razão dela existir.

“Que bom estarmos reunidos para este momento de valorização do pensar. Que este livro possa lançar, para nós, novos questionamentos, provocações e conhecimento”, disse o reitor Pe. Ilson Luís Hübner, na abertura do evento.

Em sua fala, Bortolo destacou o histórico que precedeu este momento tão importante, recordando os tempos em que Edimar foi seu aluno na graduação e seu orientando de mestrado e doutorado (no qual foi desenvolvida a pesquisa que originou este livro). E como surgiu o interesse pelos estudos do filósofo austríaco Ludwig Joseph Johann Wittgenstein, considerado um dos principais pensadores do século XX – e também um dos mais herméticos. “Este livro possibilita o acesso a uma parte da obra de Wittgenstein, para que mesmo alguém que não conheça o autor possa compreender e se encantar. É uma obra de esclarecimento, sem ser superficial. Densa, profunda, mas que pode ser lida e compreendida”, afirmou o professor.

Edimar também ressaltou a importância das conversas, dos debates, das leituras compartilhadas e da amizade construída com seu orientador, e hoje colega de profissão, ao longo desta trajetória. “A ética hoje é um assunto urgente, um dos mais necessários de se discutir na atualidade. Porque não basta para a filosofia discutir temas desconectados com a realidade social. (...) Este livro não fala de uma teoria sobre a ética. Preocupa-se com a vida ética. Foi escrito para o homem do século XXI. E abre muitas possibilidades para discussão. Wittgenstein sugere um caminho, mas quem vai seguir ou não é o sujeito”, completou.

Edimar explicou, ainda, que a genialidade não é um atributo dado a nós pela natureza, pois isso seria injusto. Ela é construída, faz parte de um processo. “O gênio não nasce pronto, ele ‘torna-se’. Gênio nada mais é do que o homem que tomou consciência de si mesmo, que entendeu que a vida vai além de si e conseguiu tornar o mundo ao seu redor melhor”.  

João Victor Ponciano e Douglas da Silva, alunos do 3º ano do curso de Filosofia, completaram a mesa de discussão e, após a apresentação dos autores, fizeram suas considerações e perguntas. Os dois estiveram presentes na defesa de doutorado do professor Edimar e chamaram a atenção para o ineditismo da abordagem do livro – que não se limita à análise das publicações de Wittgenstein. O texto também resgata memórias daqueles que conviveram com ele e fatos que demonstram a face não escrita de sua obra. E tece relações e reflexões que demonstram as influências que sofreu, a partir de outros pensadores.