Aconteceu entre os dias 11 à 15 de outubro na Cidade de Roma o Simpósio da Família Vicentina tendo como tema do encontro e do ano Jubilar: “Era estrangeiro e me acolhestes…”.

Foram dia de reflexão, de oração e de celebração, com a presença de mais de 11 mil vicentinos de 99 países. Juntos, refletimos os desafios para o futuro do carisma e a necessidade de nos unirmos cada vez mais em uma única rede de solidariedade, partilhando e trabalhando em unidade, atentos as novas realidades de pobreza.

Na audiência papal o superior geral da Congregação da Missão - padre Tomaž Mavrič dirigindo-se ao Santo Padre falou: “Sua liderança tem nos inspirado continuamente e desperta nossos corações, recordando-nos com frequência a mensagem central de Jesus; nos dá coragem e forças para entregar nossas vidas no serviço aos Pobres. Queremos fazer nossas as palavras que Vossa Santidade dirigiu a Juventude Mundial, quando lhes convidava a “fazer barulho”. Queremos “fazer barulho pelos Pobres, em nome dos Pobres e com os Pobres... Santo Padre, queremos continuamente buscar novas e criativas maneiras de responder as necessidades dos Pobres. Com esta finalidade, e para comemorar estes 400 anos, fazemos o lançamento de duas iniciativas: a iniciativa Global da Família Vicentina em prol dos sem-teto e o Festival Cinematográfico Vicentino. Esperamos agregar estas duas iniciativas as demais contribuições assumidas na Evangelização do mundo de hoje.”

Já o Santo Padre nos exortou a buscarmos viver estas três palavras: Adorar, Acolher e Caminhar. Estas três palavras são fundamentais na vida de todos os vicentinos e de todos os batizados.

Adorar: o Santo Padre explicou que a nossa adoração se dá através de uma oração onde devemos nos preencher de Deus para colocá-Lo na vida de cada cristão. Não são somente repetições de formulas, mas colocar-se diante Dele para estar com Ele, dedicar-se somente a Ele nos dará a verdadeira felicidade superando toda forma de dor e de desprezo.

Acolher: o Papa Francisco disse que acolher vai muito além de receber bem as pessoas; é ser disponível, acolhedor, é estar habituado a entregar-se ao outro. Saber que a minha vida não me pertence, nem meu tempo me pertence... É um lento desapego de tudo aquilo que é meu: meu tempo, meu repouso, meus direitos, meus programas, minha agenda... quem acolhe renúncia seu eu, e passa a viver a parti do tu, de todos.

Caminhar: mostra a disposição do vicentino de sair de ir ao encontro do irmão, principalmente o irmão que sofre avassalado pelas diversas situações de pobrezas. E isto nos ensinou São Vicente: “Nossa vocação é caminhar, não somente em uma paróquia ou diocese mas sim por toda a terra. Para fazer o que? Para acender o coração dos homens fazendo o que fez o Filho de Deus, Ele que veio trazer fogo ao mundo para acender os corações com seu amor. E esta vocação de Vicente é valida para todos nós, afirmou o Papa Francisco.

Na missa de enceramento realizada na Basílica de São Paulo Extramuros em sua homilia, o padre Tomaž Mavrič – Superior Geral da CM - comparou o ‘Carisma Vicentino’ a uma semente que foi plantada, deu frutos e precisa agora de cuidados para se manter por muitos outros séculos. “A semente de mostarda plantada pela Divina Providência, por Jesus, no coração de São Vicente de Paulo em 1617, converteu-se numa árvore que ultrapassa dois milhões de membros em 150 países. Pelo ponto de vista humano, isso não poderia acontecer, mas tem sido realizado pelo Plano de Deus”. Justifica. “É a obra de Deus, o agir de Jesus em colaboração com pessoas que escutaram a voz de Jesus e O seguiram para fazer crescer esta semente de mostarda. Do ponto de vista de Jesus nada é impossível, e hoje, testemunhamos este milagre”.

Tomaž Mavrič nos mostrou que os Ramos da Família Vicentina são caminhos na busca da santidade dentro da Igreja. Ele ainda conclamou, por meio da célere frase de Vicente – ‘o amor é inventivo ao infinito’ –, que os membros sejam criativos nos trabalhos que desempenham em favor dos Pobres. “Busquemos juntos caminhos novos e criativos para acudir na ajuda dos Pobres. Nossos esforços, lutas e sonhos comuns não podem deter-se até que a caridade seja globalizada. Nosso desejo e sonho é de que mais e mais pessoas se unam na caminhada para a globalização da caridade”.